Introdução
O Observatório do PNE aponta que 55% das escolas brasileiras ainda não possuem bibliotecas, evidenciando um grande desafio no acesso à leitura. Por outro lado, a pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil 3", realizada pelo Instituto Pró-Livro, revela que 64% das crianças e jovens entre 5 e 17 anos consideram a biblioteca o principal local de acesso aos livros. Outro estudo, conduzido pelo Instituto Ecofuturo, informa que em regiões com bibliotecas há uma melhoria de 156% no rendimento escolar e uma redução de 46% na evasão escolar, em comparação com áreas sem esse recurso.
Esses dados comprovam que as bibliotecas são muito mais do que espaços físicos; elas são verdadeiros centros de transformação social e educacional. "Quando começamos a frequentar a biblioteca, os alunos passaram a ter mais interesse nas aulas, e o desempenho melhorou muito", relata Marina, professora da rede pública. Essa mudança é também perceptível para os próprios estudantes. "A biblioteca abriu um mundo novo pra mim. Antes, eu lia muito pouco, mas agora estou sempre com um livro na mão", conta João, de 13 anos,aluno em uma escola da periferia de São Paulo.
Apesar de seu papel crucial, o Brasil ainda enfrenta uma escassez de ações e investimentos destinados à criação, modernização e adaptação das bibliotecas para o contexto contemporâneo. "Precisamos de bibliotecas que dialoguem com o presente, com espaços dinâmicos, conectados à realidade digital, mas que ainda preservem o contato com o livro físico", afirma Renata, bibliotecária há 20 anos.
Investir em bibliotecas é investir no futuro de nossos jovens, garantindo não apenas o acesso ao conhecimento, mas também o desenvolvimento integral, cultural e social de futuras gerações. Mais do que espaços de acesso a livros, as bibliotecas devem ser reconhecidas como centros vibrantes de troca de conhecimento, onde ideias ganham vida e se multiplicam. Elas são ambientes que promovem o diálogo, a reflexão e a interação entre diferentes linguagens e expressões culturais, tornando-se catalisadores de aprendizado e inovação.
Nesse contexto, o patrimônio histórico e cultural presente em seus acervos, quando acessível e inserido em um ambiente de trocas entre frequentadores e vivências comunitárias, se transforma em experiências vivas e em conhecimento compartilhado. Assim, a biblioteca vai além do acervo, tornando-se um espaço de aprendizado ativo e de conexão social.